- Ano: 2014
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Fotografias:Maxime Brouillet
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Fabricantes: Alumico
Descrição enviada pela equipe de projeto. Nascida de uma grande reforma de um bangalô típico dos anos 90, a "Maison Terrebonne" está localizada em um terreno bastante arborizado. Embora certamente contemporânea, a nova residência foi construída nas mesmas fundações da casa original, preservando uma de suas características principais: pavimentos escalonados. Este princípio está no centro da nova arquitetura, que em combinação com um andar superior maior, foi projetada para atender as necessidades de uma pessoa que vive só. Apesar de um pequeno espaço de 140 m², a residência oferece vastos ambientes abertos com uma abundante luz natural.
A casa agora possui três níveis de divisão que são projetados para um conjunto distinto de funções que ajudam a estabelecer uma hierarquia clara entre zonas íntimas e sociais. Estas zonas são concebidas para serem bastante abertas uma em relação a outra e são divididas apenas pelo limiar criado pelos lances de escadas. Diretamente acessível a partir da garagem e na mesma altura do chão do lado de fora, é o primeiro dos três níveis que contém a área de entrada e um pequeno escritório. Mesmo que esta zona de entrada também seja aberta, está oculta dos espaços de estar do pavimento acima. Uma vez no centro da escada que leva ao segundo pavimento, o visitante se depara com uma grande janela com vista para o bosque atrás da casa. A cozinha está ali, organizada em torno de uma grande ilha de madeira cujos materiais se destacam em relação às paredes brancas neutras. Ao longo da grande janela da sacada ao lado da cozinha estão as salas de jantar e de estar. No cruzamento de todos esses níveis está um bloco branco puro que reforça a intimidade entre as zonas e que em torno do qual gravita a circulação no interior da casa. Este bloco tem um efeito poderoso sobre a parte superior de cada nível, como resultado de estar solto em relação ao teto, que permite tanto uma linha de visão desobstruída e iluminação natural opulenta.
A escadaria e a circulação que leva à suíte do último pavimento estão localizadas atrás deste bloco central e possuem uma vista dos pavimentos internos. Dentro deste cubo e acessível apenas do quarto está um banheiro desenhado com linhas simples e claras. Embora não possua porta, a intimidade é preservada pela configuração das paredes que levam ao banheiro, dentro do qual pisos e paredes são revestidas em um mosaico de vidro branco perolado e está modestamente decorado com dois blocos brancos minimalistas, a banheira e o vaso. Para acentuar a aparência monolítica do mobiliário, portas com acabamento fosco são posicionadas em ambos os lados evitando criar divisões em frente à bancada da pia feita em Corian. Um pequeno afastamento já é responsável pela impressão que está flutuando do chão, o que confere uma sensação de leveza e de espaciosidade.
O quarto está localizado na parte mais ao fundo e se abre parcialmente aos espaços de estar abaixo. Para limitar a visibilidade do exterior para este ambiente, as janelas são limitadas em altura e criam compridos retângulos de luz. Na parte posterior, o quarto se abre para a floresta, de onde o ambiente natural do entorno pode ser visto sem obstáculos graças à transparência do guarda corpo em vidro.
O exterior é coberto por painéis de correr feitos em cedro, que vão envelhecer com o tempo para se mesclar com as árvores do bosque ao fundo. Aberturas simples envoltas em esquadrias pretas pontuam o grande volume da casa. A antiga garagem foi substituída com uma vaga de estacionamento coberta que é aberta em um dos lados, e portanto dá a impressão de que foi esvaziada. Essa abertura cria uma sensação de transparência que, como todas as grandes aberturas, proporcionam espaço para a natureza se manifestar.